Escolhas, Felicidade, Filmes, Valores, Vida

O que isso significa?

– Por que não faz nada?
– Como assim?
– Sei lá.
– O que quer dizer?
– Não tem nada que queira fazer?
– Nada? Tipo o quê?
– Não sei. Você é bom em tantas coisas, poderia fazer o que quisesse. É bom em tudo que faz, não prefere fazer outra coisa?
– Do que o quê? Ser marido? O pai da Frankie? O que quer que eu faça? Nos seus sonhos o que eu faço?
– Não sei. Você é tão bom em tantas coisas. Consegue fazer tantas coisas. Tem tanta capacidade.
– Para fazer o quê?
– Pode cantar, desenhar…dançar.
– Ouça, eu não queria ser o marido de ninguém. E nem queria ser pai. Não era meu objetivo. Deve ser de algum cara. Não era o meu. Mas de algum jeito era o que eu queria. Eu não sabia disso e só isso que quero. Não quero fazer mais nada. É o que eu quero. Eu trabalho para fazer isso.
– Queria que trabalhasse em algo que não precisasse beber às 8h.
– Tenho um trabalho que posso beber às 8h. É um luxo. Vou para o trabalho, bebo, pinto a casa de alguém. Eles ficam felizes, eu vou para casa, posso ficar com você. É um sonho.
– Você nunca fica desapontado?
– Por quê? Por que me desapontaria? Faço o que quero.
– Tem potencial.
– E daí? Por que tem que tirar dinheiro do seu potencial?
– Não estou dizendo isso.
– O que é potencial? O que é potencial? O que isso significa? Potencial de quê? Para virar o quê?

Do filme Blue Valentine (2010)

Desejo, Destino/Futuro, Escolhas, Felicidade, Identidade, Julgar, Liberdade, Mudanças, Tédio, Tempo, Valores, Viajar, Vida

Estou sempre mudando.

Pai, não sei se está interessado em ouvir algo sobre mim. Minha vida não tem muito a ver…com o estilo de vida que você aprova. Estou sempre mudando. Não por estar trabalhando para algo em particular…eu só quero me afastar das coisas que vão dar errado.

Robert Dupea, personagem de Jack Nicholson no filme “Five Easy Pieces” (1970).

Ética, Beleza, Ciência, Conhecimento, Deus, Educação, Liberdade, Trabalho, Valores, Verdade

Me afadigo, me apoquento, me atormento.

Não arredo o pé do árduo caminho, por cansado; nem retiro as mãos da obra que se me apresenta, por indolente; nem qual desesperado, viro as costas ao inimigo que se me opõe, nem como deslumbrado, desvio os olhos do divino objeto: no entanto, sinto-me geralmente reputado um sofista, que mais procura parecer sutil do que ser verídico; um ambicioso, que mais se esforça por suscitar nova e falsa seita do que por consolidar a antiga e verdadeira; um trapaceiro que procura o resplendor da glória impingindo as trevas dos erros; um espírito inquieto que subverte os edifícios da boa disciplina, tornando-se maquinador de perversidade. Oxalá, Senhor, que os santos numes afastem de mim todos aqueles que injustamente me odeiam; oxalá que me seja sempre propício o meu Deus; oxalá que me sejam favoráveis todos os governantes do nosso mundo; oxalá que os astros me tratem tal como à semente em relação ao campo, e ao campo em relação à semente, de maneira que apareça no mundo algum fruto útil e glorioso do meu labor, acordando o espírito e abrindo o sentimento àqueles que não têm luz de intelecto; pois, em verdade, eu não me entrego a fantasias, e se erro, julgo não errar intencionalmente; falando e escrevendo, não disputo por amor da vitória em si mesma, mas por amor da verdadeira sapiência e fervor da verdadeira especulação me afadigo, me apoquento, me atormento.

Giordano Bruno

Poesia

Estou pequeno, inútil, bicho da terra, derrotado.

Estou pequeno, inútil, bicho da terra, derrotado
No entanto eu sou maior…Eu sinto uma grandeza infatigável!
Eu sou maior que os vermes e todos os animais.
E todos os vegetais. E os vulcões vivos e os oceanos,
Maior…Maior que a multidão do rio acorrentado,
Maior que a estrela, maior que os adjetivos,
Sou homem! vencedor das mortes, bem-nascido além dos dias,
Transfigurado além das profecias!

Mário de Andrade

Vida

Pode-se viver muito bem.

Pode-se viver muito bem
sem nada mais do que estes privilégios quotidianos:
uma carta na caixa do correio, o barulho de uma vaga,
o azul sobre a planície, as palavras de um poema.
O universo reduzido a poucos vínculos
ao trajecto habitual
da sua própria morte.

Pode-se muito bem não ser mais
do que uma aventura de átomos e de questões insignificantes.

Hélène Dorion – “Pode-se viver muito bem…

Do ótimo “Do Trapézio, Sem Rede”

Ceticismo, Conhecimento, Desejo, Destino/Futuro, Escolhas, Esperança & Otimismo, , Felicidade, Mistério, Real/Realidade, Sentimentos/Emoções, Verdade, Vida

Não sabemos nada.

Não sabemos nada.
Nunca saberemos se os enganados
são os sentidos ou os sentimentos,
se viaja o comboio ou a nossa vontade
se as cidades mudam de lugar
ou se todas as casas são a mesma.
Nunca saberemos se quem nos espera
é quem nos deve esperar, nem sequer
quem temos de aguardar no meio de um cais frio.
Não sabemos nada.
Avançamos às cegas e duvidamos
se isto que se parece com a alegria
é só o sinal definitivo
de que nos voltamos a enganar.

Amalia Bautista

Do ótimo A Dança dos Erros

Questões, Real/Realidade, Sentimentos/Emoções, Verdade, Vida

A minha busca cega e secreta.

 

Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
– nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio
e nesse silêncio profundo se esconde
minha imensa vontade de gritar

Dá-me a tua mão“, Clarice Lispector.

Ética, Beleza, Ceticismo, Conhecimento, Filosofia, Mudanças, Mundo, Política, Valores, Verdade

O Caráter Destrutivo.

 

O caráter destrutivo só conhece um lema: criar espaço; só uma atividade: despejar. Sua necessidade de ar fresco e espaço livre é mais forte que todo ódio.

O caráter destrutivo é jovial e alegre. Pois destruir remoça, já que remove os vestígios de nossa própria idade; traz alegria, já que, para o destruidor, toda remoção significa uma perfeita subtração ou mesmo uma radiciação de seu próprio estado. O que, com maior razão, nos conduz a essa imagem apolínia do destruidor é o reconhecimento de como o mundo se simplifica enormemente quando posto à prova segundo mereça ser destruído ou não. Este é um grande vinculo que enlaça harmonicamente tudo o que existe. Esta é uma visão que proporciona ao caráter destrutivo um espetáculo da mais profunda harmonia.

O caráter destrutivo está sempre trabalhando de ânimo novo. É a natureza que lhe prescreve o ritmo, ao menos indiretamente; pois ele deve se antecipar a ela, senão é ela mesma que vai se encarregar da destruição.

O caráter destrutivo não idealiza imagens. Tem pouca necessidade delas, e esta seria a mais insignificante: saber o que vai substituir a coisa destruída. Para começar, no mínimo por um instante: o espaço vazio, o lugar onde se achava o objeto, onde vivia a vítima. Com certeza haverá alguém que precise dele sem ocupá-lo.

O caráter destrutivo faz seu trabalho, evitando apenas o criativo. Assim como o criador busca para si a solidão, o destruidor deve estar permanentemente rodeado de pessoas, de testemunhas de sua eficiência.

O caráter destrutivo é um sinal. Como um símbolo trigonométrico está exposto ao vento, por todos os lados, ele está exposto ao palavrório, por todos os lados. Protegê-lo contra isso não faz sentido.

O caráter destrutivo não está nem um pouco interessado em ser compreendido. Considera esforços nesse sentido superficiais. Ser mal compreendido não o afeta. Ao contrário, desafia a má compreensão tal como os oráculos, essas destrutivas instituições estatais, a desafiavam. O fenômeno mais típico da pequena burguesia, a bisbilhotice, se realiza apenas porque as pessoas não querem ser mal compreendidas. O caráter destrutivo deixa que o interpretem mal. Ele não fomenta o mexerico.

O caráter destrutivo é o adversário do homem-estojo. O homem-estojo busca a sua comodidade, e sua caixa é a síntese desta. O interior da caixa é o rasto revestido de veludo que ele imprimiu no mundo. O caráter destrutivo elimina até mesmo os vestígios da destruição.

O caráter destrutivo está no front dos tradicionalistas. Alguns transmitem as coisas, tornando-as intocáveis e conservando-as; outros, transmitem as situações, tornando-as manejáveis e liquidando-as. Estes são os chamados destrutivos.

O caráter destrutivo tem a consciência do homem histórico, cujo sentimento básico é uma desconfiança insuperável na marcha das coisas e a disposição com que, a todo momento, toma conhecimento de que tudo pode andar mal. Por isso, o caráter destrutivo é a confiança em pessoa.

O caráter destrutivo não vê nada de duradouro. Mas eis precisamente por que vê caminhos por toda parte. Onde outros esbarram em muros e montanhas, também aí ele vê um caminho. Já que o vê por toda parte, tem de desobstruí-lo também por toda parte. Nem sempre com brutalidade, às vezes com refinamento. Já que vê caminhos por toda parte, está sempre na encruzilhada. Nenhum momento é capaz de saber o que o próximo traz. O que existe ele converte em ruinas, não por causa das ruinas, mas por causa do caminho que passa através delas.

O caráter destrutivo não vive do sentimento de que a vida vale ser vivida, mas de que o suicidio não vale a pena.

Walter Benjamin, Rua de Mão Única (Brasiliense, pg. 237)

Ética, Dinheiro, Valores

Quase insuportável.

Todas as relações humanas mais próximas são atingidas por uma claridade penetrante, quase insuportável, na qual mal conseguem resistir. Pois, uma vez que, por um lado, o dinheiro está, de modo devastador, no centro de todos os interesses vitais e, por outro, é exatamente este o limite diante do qual quase toda relação humana fracassa, então desaparece, cada vez mais, assim no plano natural como no ético, a confiança irrefletida, o repouso e a saúde.

Walter Benjamin, Obras Escolhidas, Rua de Mão Única (Editora Brasiliense, pg. 22)

Amor, Ética, Beleza, Bondade & Maldade, Ceticismo, Conhecimento, Destino/Futuro, Deus, Dor/Sofrimento, Escolhas, Esperança & Otimismo, , Felicidade, Liberdade, Medo, Morte, Questões, Real/Realidade, Sentimentos/Emoções, Valores, Verdade, Vida

A Vida, segundo Roger Nygard.

“A outra coisa que temos de considerar é que talvez exista um Deus, mas que Ele não seja uma força benevolente. Se um avião cai e 300 pessoas são destruídas instantaneamente e alguém consegue sobreviver e diz: “É um milagre ter sobrevivido”. Isso não faz sentido para mim. – E os outros que morreram? Se Deus age assim, por que não impediu que o avião caísse? Mas esse seria um Deus arbitrário, você O temeria, mas não O amaria. Não posso lhe dizer nada a respeito de quem Deus seja ao menos que essa experiência aconteça com você. Eu gostaria de acreditar que Deus existe em cada boa ação. Encaro o conceito de Deus como um desafio, não como uma resposta”.

“Não duvido de Deus. Duvido dos Seus representantes. Até hoje, Deus não falou comigo. Somente o homem falou comigo, e, como sabemos, ele geralmente engana, mente e é motivado por outras coisas, além do desejo de transmitir a verdade”.

“Quando falava do meu projeto com meu vizinho, ele disse que os filhos já se indagavam sobre essas questões. Ele sugeriu entrevistá-los.

– O que ocorre quando morremos?
– Não há vida após a morte. Eis um segredo: não há céu ou inferno. Você morre. Boom. Morto. Como se tivesse uma venda nos olhos e não pudesse mais pensar. Pessoalmente, acho que é muito melhor que a felicidade eterna. Um mundo somente com felicidade é um mundo sem propósito. E me sentiria como uma marionete, controlada, não posso sentir dor, não posso sentir nada a não ser essa felicidade. Eu odiaria isso”.

“Se há uma vida após a morte, ela está no nosso coração. Isso é muito interessante. Não vamos a lugar algum. Este instante aqui e agora é muito precioso. Bem mais precioso do que se tivéssemos uma infinidade deles”.

“Às vezes as pessoas oram muito por um milagre e ele acontece. Um milagre significando algo muito improvável. Mas a verdade é que a coisa mais improvável seria se coisas improváveis não acontecessem”.

“O lado obscuro da crença de que os pensamentos significam algo são as pessoas que dizem: “Há pessoas passando fome em tal lugar, mas estou orando por elas.” Isso leva as pessoas a acreditar que orar pelos outros significa algo, que enviar bons pensamentos para o Universo significa algo. Isso não significa nada. Somente ações significam algo”.

“Por que os seres humanos desenvolvem a religião? Freud defendia que a religião era uma tentativa de recuperar a segurança da infância. Toda vez que a criança, um bebê, encontra-se numa posição de necessidade e chora, magicamente a mãe surge. A criança tem a ilusão de que foi ela quem fez com que aquela criatura surgisse. Isso acontece toda vez, milhares e milhares de vezes. Essas experiências repetidas de serem cuidadas quase que magicamente por essa criatura tão maravilhosamente empática, permanecem no inconsciente. Futuramente, quando adultos, nós nos encontramos em uma posição de necessidade, pedimos ajuda na forma de oração”.

“O argumento de que você tem de ser religioso ou acreditar em Deus para ser feliz é feito apenas por alguém em uma religião que sente que é a única forma de ele poder conseguir isso”.

“A religião é para quem acredita que irá para o inferno. A espiritualidade é para quem já esteve lá”.

“Você faz o bem porque sente prazer ao fazê-lo ou você está com medo de que se não o fizer, será punido. De qualquer forma, é servir a si mesmo”.

“A felicidade é subproduto de se ter propósito e sentido. Não é um objetivo”.

“Ninguém pode ser realmente feliz. Podemos ter momentos de felicidade, de alegria, mas a vida é muito difícil. A menos que sejamos completos idiotas, aí sim seremos felizes”.

“Se o seu apetite é muito grande, você sempre se sentirá insatisfeito. Assim, defendemos no Taoísmo, que devemos ficar contentes com nosso destino”.

“Ao aceitar o sofrimento, nós o superamos”.

“É bom ser importante, mas é muito mais importante ser bom”.

“Cada indivíduo deveria se esforçar para se satisfazer com o sentido da própria vida. Não com o sentido da vida”.

“Sinto que o sentido da minha vida está ligado as pessoas que conheço e ao que aprendi com elas. Por isso, decidi ampliar o meu círculo de contatos”.


Outras respostas interessantes ou curiosas do documentário “The Nature of Existence” (2010), de Roger Nygard.

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O que é a verdade?

“No final, limita-se à questão de sentimentos. Seus sentimentos não têm nada a ver com o que é objetivamente verdadeiro no mundo, apenas com o que é satisfatório para você”.

“Quando alguém alega saber a verdade e ser capaz de dizê-la a você, a primeira coisa que você deve fazer é checar para ver se você ainda está com seu relógio. Pois esse é o prelúdio para ser roubado”.

“Pode definir a palavra “verdade”? Não, acho que é como pornografia. Reconhecemos quando a vemos”.

“Não sabemos a verdade. Só temos aquilo que conseguimos compreender. Deus só nos diz o que podemos compreender. Somente a arte chega perto da tentativa, falei tentativa, de responder à verdade. O oposto da fé é a tendência a fazer perguntas”.

“Acho que a verdade é o que todos estamos buscando, não é? Mesmo que algumas vezes seja melhor buscar por ela do que, de fato, encontrá-la”.

“Acredito que nosso cérebro quer dar sentido às coisas. Queremos respostas para as coisas, e criamos as respostas, sejam verdadeiras ou não”.

“Já notou que, de onde alguém é, é nisso que ele acredita?”.

Algumas respostas do documentário “The Nature of Existence” (2010), de Roger Nygard.

Desejo, Destino/Futuro, Diálogos, Escolhas, Esperança & Otimismo, Felicidade, Liberdade, Morte, Mudanças, Questões, Sentimentos/Emoções, Valores, Verdade, Vida

Mas eu tenho.

Meu amigo Bobby Gaylor tem uma opinião a respeito de tudo que perguntam a ele.
– O que acha sobre a morte?
– Fui ao IML em Los Angeles. Numa pesquisa para um projeto. Quando entrei na cripta, estava cercado por 104 corpos. Estavam em macas. Não estavam nas gavetas. E o sentimento que pensava que fosse ter, no meio daqueles corpos, não foi o sentimento que tive. Fiquei cheio de esperança, pois, de repente, ocorreu-me que aquelas pessoas não tinham mais escolhas, mas eu tinha. Comecei a pensar: “Quando sair daqui, vou ligar para meu irmão. “Vou ligar para minha mãe. Sempre quis ir à Europa. “Vou marcar uma viagem.” E pelo resto daquele dia, tão rápido quanto estou falando agora, estava dominado por “ter escolhas”. Isso passou. Mas naquele dia, aquelas pessoas me lembraram que elas não tinham mais escolhas. Mas eu tinha.

Do documentário “The Nature of Existence”, de Roger Nygard (2010)

Destino/Futuro, Escolhas, Esperança & Otimismo, Felicidade, Filosofia

A esperança criticada.

Esperar é desejar sem fruir, sem saber e sem poder. – André Comte-Sponville.

Esperar é antes de tudo, desejar sem fruir, já que por definição, é claro que não possuímos os objetos de nossas esperanças. Esperar enriquecer, ser jovem, ter boa saúde, etc. certamente não é já sê-lo. É situar-se na falta do que gostaríamos de ser ou possuir. Mas é também desejar sem saber: se soubéssemos quando e como os objetos de nossas esperanças iriam se realizar, nós nos contentaríamos, sem dúvida, em aguardá-los, o que, se as palavras têm sentido, é muito diferente. Enfim, é desejar sem poder, visto que, ainda por comprovação, se tivéssemos a capacidade ou o poder de atualizar nossas aspirações, de realizá-las aqui e agora, não nos privaríamos delas. Limitar-nos-íamos a agir, sem passar pelo atalho da esperança.

O raciocínio é impecável. Frustração, ignorância, impotência, são essas as características maiores da esperança.

Luc Ferry, Aprender a Viver – Filosofia para os Novos Tempos (Objetiva, pg, 273)