Passamos a vida vendo a nós mesmos e aos outros apenas parcialmente, e sendo vistos apenas parcialmente por eles. Quando nos apaixonamos, temos a esperança – tanto egoisticamente quanto altruisticamente – de que seremos, finalmente, verdadeiramente vistos: julgados e aprovados. É claro que o amor nem sempre traz aprovação: ser visto pode muito bem levar a uma não aceitação e a uma temporada no inferno (…) Antigamente, nós nos consolávamos dizendo que o amor humano, mesmo que breve e imperfeito, era apenas um aperitivo da visão maravilhosa e perfeita do amor divino. Agora ele é tudo o que temos, e precisamos nos contentar com nosso status rebaixado. Mas ainda ansiamos pelo consolo, e a verdade, de sermos vistos de forma completa. Isso daria um bom final, não daria?
Julian Barnes, no livro “Nada a Temer” (Rocco, pg. 197)
Ora, mas ainda há a fé no amor Divino, perfeito, do qual o nosso é apenas simulacro.
Gostei do novo leiaute do blog.
Abraços,
Neusa
O amor permite que possamos ver a nós mesmos, ainda acho que o outro ou O outro é um mistério…