Na verdade, se não nos enfadássemos, jamais faríamos esse gesto de abnegação e de humildade que é abrir um livro. Haveríamos de nos concentrar em nossos pensamentos, supondo que valem por todos aqueles que outra pessoa pode ter. A leitura é uma vitória do enfado sobre o amor próprio.
A arte de ler, de Émile Faguet, tradução da ótima Adriana Lisboa.
O leitor que mais admiro é aquele que não chegou até a presente linha. Neste momento já interrompeu a leitura e está continuando a viagem por conta própria.
Mario Quintana